sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O berce do Candomblé


O berce do candomblé, da samba, de manifestações culturais que logo se apousentaram no centro-norte do Brasil, na comunidade de escravos pretos, para se espalhar, desde alí, a toda América do Sul e Central.
A identidade cultural que formavam Angola-Congo ficou dividida pola coloniçação europeia.
Angola, umha antiga colónia portuguesa, centro do tráfego de escravos nas terras do Rio Congo.
Terra de diamantes, petróleo, campos de minas, mas também de culturas, linguas, tradições e músicas.
As linguas angolanas, Kikongo, Chokwe, Quimbundo , Umbundu, ademais do português.
Grupos étnicos de Angola:

EUROPEOS

KHOISAN

LUNDA

SONGO

GANGELA

KONGO

LUVALE

TCHOKWE

HERERO

KRIOLU

MBUNDU

XINDONGA

HIMBA

KWANGALI

NYANEKA

YAKA

HOLO

KWANYAMA

OVAMBO

YOMBE

KAVANGO

LUCHAZI

OVIMBUNDU




Na música angolana, há ritmos próprios :A semba, origem da samba do Brasil, a kizomba, o kuduro.
Ademais, ritmos caribenhos que vem de volta dende as Américas.
Nos primeiros anos, a música era reivindicativa, fronte à coloniçação primeiro e a guerra civil, mais tarde.
Um cantante destes tempos, é Bonga. Sua música soa assim:









A Sodade que ele cantou antes do que Cesaria Èvora:



Angola, é também o berce da Capoeira, dança-luta que também passou ao Brasil e que sempre tive problemas com o poder colonial:


Angola, e sua capital, Luanda, é umha princesa negra, da que procedem músicas, crenzas que mais tarde se mesturariam com outras de outra procedência e acabariam sendo a religião de boa parte dos habitantes das Américas do Sul e Central. Religiões animistas mesturadas com o catolicismo onde se segue a pregar em kikongo ou kimbundo, ou numha mestura das linguas mães dos afro-americanos.



Muitas cousas mais poderia contar sobre Angola, mas só quero abrir um caminho para que , quem queira, se achegue pola sua conta.
Despedirme, com Kussundulola, um grupo de gente nova muito alegres.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Mais música atlántica



Seguindo a rota de África Ocidental, à beira do Atlántico, océano de múltiples culturas, chegamos ao Senegal.
Senegal é um estado que tem outro no seu interior, no val do río Gambia. A República de Gambia.
Nas divisões que os europeus fazem na coloniçação, Senegal fica no meio de Mauritánia, Guiné Bissau, Guiné Conakry, Mali, e tem a Gámbia em su interior.
Neste quebra-cabeças de estados, convivem muitas étnias e culturas diferentes.
Linguas que convivem no Senegal; compartidas com outros estados da zona:

Badyara, Bainouk-Gunyaamolo, Bainouk-Samik, Balanta-Ganja, Bamana, Bandial, Bassari, Bayot, Budik, Crioulo, Diola, Ejamat, Francês, Fulani, Gola, Gusilay, Jalunga, Jola-Funyi, Jola-Kasa, Karon, Kerak, Kobiana, Kuwaataay, Lear, Malinke, Mandingo, Manjak,Mankanya,Moros, Ndut, Noon,Palor, Serer-Saafi, Serer-Sine, Soninke, Susu, Tuareg, Tukulor, Wamey, Wolo , Xasonga.

Cada étnia tem sua lingua própria compartida com irmãos que vivem em outros estados artificiais, feitos após a descoloniçação, seguindo critérios europeus etno-centristas e colonialistas.
De Senegal, ainda que nascido no Niger,xurdiu umha voz e umha música fermosas, que se fazem muito conhecidas polo filme de Almodóvar, "Todo sobre mi Madre".
Aquela sequência tão formosa, onde a cámara se vai achegando à cidade de Barcelona, iluminada polas luzes nocturnas, mentras soa esta música incrível:


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É o momento mais conseguido, ao meu ver, de todo o filme, a um nível estético.
Ismael Lo era de família humilde e, antes de ser considerado um dos melhores músicos africanos de hoje, ganhava o pão no clube "Coco Loco" da Playa del Inglés, nas Ilhas Canárias, onde também pendurava suas pinturas.
A discografia de Imael Lo:
Dabah 2002
Dlawar 1994
Ismael Lo 1992
Iso 1994
Jammu Africa 1997
Natt 1996
Sénégal 2006
Tadleu Bone 2001
amais de recopilações e colaborações em trabalhos de outros artistas.














Amais de Ismael Lô, o pai da música do senegal de hoje, passa por ser Youssou N'Dour, nado no 1959, numha Dakar cosmopolita e cheia de sões de mbalax, umha palàvra na lingua wolof que nomea umha música mestura dos velhos griots e ritmos afro-cubanos que trazem de volta os retornados caribenhos nos anos 40,50,e 60.
Nos 70, chegam os ritmos do jazz, o rock, os cantos dos sufis muçulmanos...







Youssou recolhe também os relatos e cantos tradizionais e assim vai elaborando nseus trabalhos:

  • Bitim Rew (1984)
  • Nelson Mandela (1986)
  • Immigrés (1988)
  • The Lion (1989)
  • Set (1990)
  • Eyes Open (1992)
  • Guide (Wommat) (1994)
  • Djamil (1996)
  • Inedits 84-85 (1997)
  • Special Fin D'annee Plus (1999)
  • Lii (2000)
  • Joko: The Link (2000)
  • Rewmi (2000)
  • Le Grand Bal (2000)
  • St. Louis (2000)
  • Le Grand Bal a Bercy (2001)
  • Ba Tay (2002)
  • Nothing's In Vain (2002)
  • Youssou N'Dour and His Friends (2002)
  • Kirikou (2004)
  • Egypt (2004)
  • Recopilações:
  • The Best of Youssou N'Dour (1995)
  • Immigrés/Bitim Rew (1997)
  • Best of the 80's (1998)
  • Hey You: The Essential Collection 1988–1990 (1998)
  • Birth of a Star (2001)
  • Rough Guide to Youssou N'Dour & Etoile de Dakar (2002)
  • 7 Seconds: The Best of Youssou N'Dour (Remasterizado) (2004


sábado, 10 de novembro de 2007

Mais duos






E pois seguimos com duos. Pares que se formam num momento para cantar e que unem sua capacidade para transmitir com dupla força o sentimento.
O primeiro destes duos, conta com dous verdadeiros génios da música. Un cigano e outro caribenho.
Diego Ramón Jiménez Salazar -El Cigala- e Bebo Valdés. Sin palabras:



Aquí El Cigala num duo cum Mexicano, Alejandro Fernández e mariachi + flamenco:



Com Mina. O físico del Cigala, nos primeiros planos, é tão impresionante como a súa voz.
Semelha um brahmam :







quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Pares


Hoje presta-me fazer umha paradinha na rota africana e trazer músicas de diferentes paises, linguas, estilos, mas cum denominador comum:
São duos, onde o mais inesperado pode passar.
Imos là.
A primeira canção, é umha morna da nossa Cesária Évora de Cabo Verde, e canta ela com a preciosa voz grega de Eleftheria Arvanitaki. Umha fermosura. Curioso escuitar Sodade em grego:



Em espanhol, há um tango argentino "Confesión" cantado por Andrés Calamaro e Enrique Bunbury, muito teatral, triste e dramático:



Joan Manuel Serrat tem um trabalho no que colaboram artistas brasileiros. Esta é umha das canções. Caetano Veloso é seu companheiro .Em espanhol era: Cada loco con su tema. Cada qual com sua mania.


Duas damas brasileiras Marisa Monte e Adriana Calcanhoto: Tema de amor


Duas damas portuguesas: Dulce Pontes e Amália Rodrigues. Canção do mar:



Dulce Pontes e Carlos Nuñez. Umha canção galega composta para a obra de teatro de Castelao "Os velhos não debem de namorar-se" O norte e o sul do pai Minho unidos numha canção das mais fermosas: Lela



Umha canção muito especial cantada por duas pessoas que já não ficam cá, nesta beira, mas que me fazem estremecer. Pura esência do Portugal mais fermoso, primaveral e revolucionário:



E com Zeca Afonso e Amália Rodrigues, escuitando Grândola, deixo esta casa até a próxima história.
Abraço

sábado, 3 de novembro de 2007

As dez ilhas mestiças

Hoje vou falar um bocadinho dum pequeno pais com o que compartimos lingua e océano e que fica estendido no Atlántico coma um rosário de doas de diferentes colores musicais.
O arquipélago de Cabo Verde, fica fronte às costas do Senegal e são dez ilhas e algumhas ilhotas mais pequenas.
Dez são as ilhas que compõem a entidade Cabo-Verdiana:
Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal, Boa Vista, Maio, Santiago, Fogo e Brava, e outros ilhéus e ilhotas mais.


Cada umha delas, tem ritmos diferentes, músicas nascidas da mestura entre as músicas levadas polos europeus, maiormente portugueses, e as músicas africanas.
Cabo Verde fui descoberto em 1460 e, até 1462, não tivo asentamentos de povoação, em Santiago.
Dado a sua posição estratégica na rota que une Europa, África e o Brasil, as ilhas foram o centro do tráfego de mercadorias e, sobre tudo, de escravos, até a abolição da escravitude . Após esse momento, as ilhas entram em decadência, agravada pola degradação ambiental e climática fruto da tala dos bosques tropicais.

A seca tornou insuportável e com a libertação dos escravos, Cabo Verde seguiu a ser umha colónia portuguesa mestura de europeus libres e escravos africanos e economía pobre, de subsistência.
A mestiçagem entre portugeses e africanos, passou por seus momentos: Tempo houve em que o governo colonial proibia a música "africana", e muitos ritmos estiveram perto da desaparição.
Hoje, seguem vivos em Cabo Verde, a morna, a coladera, a tabanca, o funaná, o colá e o batuque. Ritmos diferentes de ilhas diferentes. Uns, con mais influenças europeias, outros mais genuinamente africanos, outros com aires do Caribe, outros, pura sensualidade...
Imos passar por cada um, para melhor conhescer:

A Morna, é um canto comúm a todo Cabo Verde. Triste e nostálgica, fala da terra, da "sodade" da morabeça cabo-verdiana, essa hospitalidade agarimosa dos insulanos.
Esta canção de Cesária Èvora, a grande dama dos peinhos nús, fala de todo esso:







Outra dança caboverdiana, é a Coladera,que nasceu da aceleração do andamento da morna, e de influenças estrangeiras, aló polos anos cinquenta:



O Funaná, da Ilha de Santiago, é umha música própria da dança. Umha dança muito sensual e viva :



A Colá, é umha dança muito sensual "dançada aos grupos de dois pares soltos, por vezes de mãosdadas formando um círculo, os quais alternadamente se aproximam do centro fingindo querer unir-se em umbigadas, para depois se afastarem, ao mesmo tempo que o outro para avançarem para o centro."
É dança de Boa Vista e São Vicente.

O Batuque,trazido polos escravos à ilha de Santiago, e mais tarde levado ao Brasil e aos Açores -ilha de São Miguel-
É cantado e tocado por mulheres -as batucadeiras- que batem num emburulho de roupa que tem pousado entre as pernas. Aseguro-vos que me lembra aos ritmos das pandereiteiras galegas. O mundo da música tem surpresas:



aparte destes ritmos, hà outros,importados de Europa, como a valsa, a mazurca, e outros modernos, de discotecas, influidos polo zouk e outros ritmos africanos. Mas não quero vos cansar, assim que hoje deixamos Cabo Verde e sua morabeça para seguir a viajar pola terra mãe de toda a humanidade.
Saude.